Pesquisadores descobriram mecanismos anteriormente desconhecidos de neuroplasticidade que oferecem novos caminhos para estudar doenças cerebrais e envelhecimento.
O que acontece no cérebro durante o aprendizado é que, primeiro, os neurônios começam a transmitir sinais elétricos ao longo de novas rotas e, com o tempo, isso leva a mudanças na estrutura física das células e suas conexões. Há muito tempo, os cientistas tentam entender o que acontece entre esses dois estágios – como a atividade elétrica nos neurônios leva a mudanças duradouras.
Para estudar esses processos, cientistas do Instituto Scripps desenvolveram uma nova ferramenta para monitorar a plasticidade - visualização dos processos que ocorrem no cérebro durante o treinamento. A tecnologia mede a quantidade de proteínas produzidas por certos tipos de células cerebrais, o que permite ter uma ideia de como funciona e entender por que a neuroplasticidade diminui com a idade.
A partir de estudos anteriores, sabe-se que em um estágio inicial de plasticidade, a atividade cerebral causa alterações na expressão gênica nos neurônios. A equipe já explorou o próximo passo, a transformação do código genético em proteínas. Em experimentos em modelos de camundongos, os cientistas encontraram cerca de 300 proteínas diferentes que mudaram à medida que a atividade neuronal aumentou. Ao mesmo tempo, dois terços deles aumentaram durante uma explosão de atividade cerebral, enquanto o restante, ao contrário, diminuiu.
Outras observações mostraram que algumas proteínas estavam associadas à estrutura e forma dos neurônios, outras ao empacotamento de DNA dentro das células. “Isso significa que mudanças na atividade cerebral podem levar a ondas de expressão gênica ao longo de muitos dias”, comentou o autor Hollis Kline.
Os cientistas agora planejam identificar outras proteínas de neuroplasticidade potenciais. Juntos, eles vão ajudar a repensar a natureza das doenças cerebrais e desenvolver estratégias para prevenir o declínio da neuroplasticidade durante o envelhecimento.
É curioso que recentemente os cientistas tenham apresentado uma hipótese sobre o potencial do cérebro humano para a computação quântica. Ela argumenta que os processos quânticos fazem parte das funções cognitivas.
2022-10-26 14:54:46
Autor: Vitalii Babkin